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Ensino de História, Ética e Política

19 a 23 de junho

Apresentação

           O estabelecimento de relações entre o passado e o presente é uma necessidade e uma característica humana encontrada em diversas culturas. A narrativa sobre o passado, quer se manifeste em termos de memória, mito, relato acadêmico ou escolar, constitui-se em fonte de identidades e orienta a vida prática e a tomada de decisões. Desta forma, fornecendo possibilidades de interpretação para atuar diante dos dilemas do mundo, desde os seus princípios, a disciplina de História, seja em seu viés acadêmico ou escolar, está imbricada com as questões culturais e políticas do seu presente, com grande intensidade.

              Nesta segunda década do século XXI, questões que se imaginava encaminharem-se com o amadurecimento da democracia brasileira e mundial voltam à tona. Manuais do politicamente incorreto, proibição da discussão de gênero nas escolas, golpe midiático-político-judiciário, disseminação do discurso de ódio através de movimentos organizados em redes sociais: a mentira, o preconceito e o egoísmo humano parecem estar vencendo ante outros caminhos que permitiam vislumbrar o cumprimento e a ampliação das promessas da modernidade iluminista: igualdade, liberdade e fraternidade. Tudo isto nos coloca num torvelinho de emoções e sensibilidades diante de impasses e decisões a serem tomadas.

                      A temática da XII Jornada de Ensino de História, “Ensino de História, ética e política: sentidos e confluências” reconhece a forte relação do ensino de História com as demandas sociais do seu tempo. As relações educativas não se dão apenas a partir da, mas na cultura e, por conseguinte, no conflito, pois o cultural e o social são indissociáveis.

                     Qual o papel do ensino escolar de História neste contexto turbulento de 2017? O conhecimento histórico que habitualmente nos confronta pode também oferecer alguma estabilidade no meio da tempestade?

               Realizar um evento pensando a formação de professores, a ética e a política, na atual conjuntura, revela uma aposta, ainda que tímida e cambaleante, na esperança, pois como certa vez disse um importante educador brasileiro:

"A esperança é um condimento indispensável à experiência histórica. Sem ela, não haveria história, mas puro determinismo. Só há história onde há tempo problematizado e não pré-dado. A inexorabilidade do futuro é a negação da história (Paulo Freire)."

 

 

              Que as discussões propostas pela XII Jornada de Ensino de História possam proporcionar  reflexões que iluminem o papel social e político dos professores e pesquisadores da História , reforçando o compromisso de cada um e de todos como co-construtores do mundo e da própria condição humana.

 

Tenhamos todos um produtivo e proveitoso evento!!

 Prof. Dr. Jean Carlos Moreno
Coordenador da XII Jornada de Ensino de História
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